terça-feira, 1 de abril de 2014

Minha ópera ainda inédita (Início)



Por Germano Xavier

Dados mecânicos:

Ela tem um filho e não o abandonará.
Mãe sem jeito de mãe. Quem se esquece de crescer ...
Ela tem jardim só na cabeça.
Ela usa All Star e ouve o som dos pássaros.
Tem medo de ter medo.
Dura uma eternidade se alimentada em fonte de boa voltagem.
Escreve como pinta o Picasso.
Não suspeita do jornalismo puro. Só sabe o da cor marrom.
Há nela suporte multilíngüe.
Possui interruptor táctil de membrana. Portanto, sente.
Força de atuação: Olhos velhos de menina.
Chave de curso: Sabe abrir corações.
Consumo: Amor em compotas.
Corrente: Só pulseiras e alma liberta.
Ainda pretende ver o cometa Harley.
Dorme de pijama.
Ela é ela e eu sou eu.
Ela lê literatura de quinta. E quem não lê?
Ela gosta de ouvir e falar.
Vem trazendo duas coisas de cada coisa na mala.
Não suporta horas.
Ela menstrua e diz que não sou gente.
Antena: Freqüência in-constante.
Ela é multimídia.
E vai nascer assim...
Assim.

Nenhum comentário: