Por Germano Xavier
sou o gume insano da faca
do puro metal espartano
o dente do sabre que mata
no mundo o mar e o oceano
de ser e apenas ser um sabre
diversa face de outra faca
enquanto no fundo o real se abre
não deito meu colo em frígida maca
objeto nem singelo nem lépido
preso no alto duma montanha
busco parte mais séria humana
ir-racional instante intrépido
ignoro a não possibilidade
do nunca viver inconstante
sou costa mortífera degradante
hábito sujo de toda uma cidade
sentido de sentir-se só e acabado
pegando do frio da arma mais branca
transcendental, vital, bruma branda
coisa alguma algum ser esparsado
sou esse sou eu e de nada importa
desejar o ouro que não posso ser
contento-me assim em eternamente ter
minha máxima deixada em cada porta
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