terça-feira, 1 de novembro de 2011

Soneto trincado



 Por Germano Xavier

Pego-me pensando em como seria
o homem de sonho despojado.
Em seu império como um rei acuado,
a vida, assim, que motivo teria?

Num arbusto, em espinhos, pasmo estaria
ao ver o amor no cais ser atracado.
Quem nunca quis ter sido amado?!
E por que em noite foste tu tão tardia?

Quis apenas um sonho ter perdido,
não ter de viver no presente frustrado
e ao infinito mar ter me rendido...

Quem dera não ter eu agonizado,
e no teu colo preso estar detido,
e de sonhos não me sentir abandonado.

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