domingo, 20 de janeiro de 2013

Viandante


Por Germano Xavier

Um silêncio desordenado comove
o brilho da luz que ataca
os cristais sobre o mármore frio.
O frio corta o sangue viscoso
que caminha pelas catedrais
do corpo e a alma se interrompe
no arroxeado sem vida
da matéria que pende
sobre o peso de sua turba.

O infinito ergue as escadas do mundo
e o movimento dos vendavais
apaga as vozes das ruas cinzas
que, castigadas pela rotina,
celebram com ares risonhos
os clamores roucos e cansados
dos que passam, perdidos.

3 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Boundaries of freedom. by ~Tirer"
Deviantart

Letícia Palmeira disse...

Um poema imenso. Eu diria que ele deve ter uns milhões de metros quadrados. Ou redondos. Infinito que ergue escadas, rotina e venda-vais.

Sempre muito bom demais da conta.

Rafael Castellar das Neves disse...

Excelente...e o final, pra variar, muito bem colocado...gostei!

[]s