segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Guia


Por Germano Xavier

Ao calor do gosto da água
recebido em minha boca,
fujo.

O primeiro entre tantos

que, imarginado, não suspeitava
dos reais caminhos. Fui,

sempre, imitação de um verde-paisagem
imagético, que de modo a marcar
meu destino

me apanhava fácil, sem raiz.

Fui sempre um outro, desenhado,
matemático e inerme.
Afetado pelo frescor silente
dos acontecimentos,

adúlteros.

E fazia um branco esmorecido
a luz das catedrais que me cobriam.
Pelas noites caídas, eu me enegrecia.

E já não sei se a morte,
este arcanoso livro fechado,
deseja o meu traço já tão manso
e sem cor.

Resta-me um gole,
ácido, na espera do sempre
e tarde amanhecer...

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