Por Germano Xavier
Joaquim vinha de longe nas alpercatas,
sacola de couro em uma das mãos
esbarrando zunidos ao vento,
nas costas uma guitarra barroca,
rosa de pergaminho em três dimensões.
Vinha depois de guerra ou coisa assim,
amada na espera por longo beijo,
aceno de face também longínquo demais
nas horas.
Titubeou, fez barulho de entrada.
Entrou sobremaneira.
Viu novo país na sala em meninos estranhos
sem Joaquim nos olhos.
Esqueceu, o pobre do moço,
que o tempo apaga a música guardada no peito,
que o tempo macula a flâmula
da paixão, do amor,
que o tempo pode ser o da renascença.
Um comentário:
O que dizer? Sua lavra é espetacular, indubitavelmente...
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