Por Germano Xavier
Estão me chamando para chocar!
Estão me chamando para subverter!
E eu busco a minha brutalidade,
e eu busco a minha doença!
A Vida é boa se confusa:
Arte.
Questão de estética:
Ou se é
ou se morre por ser feio?!
Questão de inteligência, ou melhor, de postiçagem.
Estão de olho em minhas terras!
Estão pondo olho gordo em meus regatos!
Olho seboso, olho de lama, olho fétido!
E eu nem tenho terras!
Questão de palavras,
de sentidos múltiplos...
O antropológico, o etnográfico, o sociológico,
o cosmológico, o filosófico;
a produção de minha capacidade...
Crítica postiça!
Sensações e percepções postiças!
Estão me chamando para passar!
Estão me chamando para convencionar os limites!
Estão, todos...
Por isso monto, severo, a manutenção do que me trai.
O dúbio, o sonífero, o vazio, a armadilha.
A armadilha existencial!
O fino da vida!
É apenas uma questão de estética o meu verso infame, eles dizem.
Estão me chamando para exorcizar!
Estão me chamando para mediar o conflito!
O caos é franquia bem conhecida,
e como o bebemos!
Ó, quanta sede em estilo!
Ó, quanta fome em formas!
Ó, desperdício!
Ó, fraqueza!
Todas as paredes são de um alumínio fosco.
Os humanos lazarentos não se tocam!
- A febre, o contágio, o risco de morrer vivo!
- O risco de incêndio, o fósforo aceso, a válvula aberta!
- A casa pode pegar fogo!
A casa pode pegar os homens, os lazarentos.
E aí toda a ventura humana pode se perder,
pois não haverá mais canal.
Questão de gosto, de leitura.
Questão de empatia!
Questão de rotas, direções, atalhos!
Eu precisei encontrar o que eu não queria.
A Vida é boa se vertida para dentro!
Eu digo sim ao duvidoso,
mas me consumo em tristezas.
- Não há alegria na Arte!
Estão me chamando para derrubar!
Estão me chamando para poluir!
Estão me chamando para envenenar!
Mas os pharmacêuticos têm os soros!
Os pharmacêuticos têm os soros!
É apenas uma questão de estética o meu verso infame, eles dizem.
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