quinta-feira, 25 de julho de 2013

Amor Mundi


para os engajados de esquina,
uma canção sem melodia

“O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução.”
(Hannah Arendt)

fazer deste momento único,

você me pega pelas mãos
e assumimos a insígnia do amor,
do amor pelo mundo, pelo tempo,
pelo temporal. sustentamos, juntos,
um regime de equilíbrio total
onde não hajam totalitarismos.

você me abraça e a gente degrada
todo horror, toda fábrica de morte,
toda possibilidade de redução.

apátridos, enxergar pelo mundo,
decididos a libertar nossos governos:
desgovernar o eu sem variantes
(cairemos primeiro, depois o humano ruim).

violência não será política.
nenhum excesso será aceito, senão o de amor.

você me pega pelas mãos e, radicalmente,
assassinamos o mal banal, gerando
da solidão o partido da massa dos diferentes,
que pensam o amor,
que querem o amor,
que fazem o amor.

4 comentários:

Dani Gama disse...

O excesso de amor pode ser sempre aceito mesmo. Excesso de amor….já pensou quão bom seria o mundo se houvesse excesso de amor? consequentemente haveria excesso de paz, de solidariedade, de alegrias, de sorrisos nos rostos, de cantos da alma….excesso de amor…amor.

Maravilhoso! eu gostei especialmente do inicio com o trecho de Hannah Arendt. Minha ultima prova do ano com meus alunos de Filosofia teve uma questão trabalhada com a sua colocação de que o pensamento pode ser tanto uma imersão na pura racionalidade quanto algo afinado com amor e dedicação.

Brilhante texto, Germano Xavier. O mundo está precisando de mais e mais textos que falem de amor e se for do “excesso” dele….ainda melhor!

Sândrio cândido. disse...

Desconfio dos revolucionários, o mundo não é feito pela revolução mas pela evolução.
Abraços

controvento-desinventora disse...

O amor....O excesso de amor deveria ser um pecado necessário a redenção.

Lindo texto!

Cris Campos disse...

Em algum lugar alguém disse: "Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade." Amor, antes de tudo, é atitude. Que poema fantástico G! Gr. Bj.!