Por Germano Xavier
tomado o caminho de Harã,
este refúgio, esta tenda
de não ser mais
o que não se pode mais esconder,
e encontrado em cansaços,
adormeço e sonho.
uma voz:
"sê como a pedra ao chão, sempre rija!
sê como o feno, aprendiz, alimento
dos que ruminam.
sê como a lança, afiada.
sê como o metal, duro escudo.
mas, mormente, sê como o mel, doce,
porque só se ouve o trote puro
e abastecido de guizos
quando sossegados os punhais".
depois do sonho
e depois de Bersabéia
(que tais lugares sempre existem)
eu te pergunto, senhor,
como caçador e teu filho:
"por que não se esgotam as peças
de minha aljava? por que, meu senhor?
por que, se tanto as atiro,
se tanto mato
e se tanto morro?
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