Por Germano Xavier
A estrada não leva à certeza,
esquina sem peixe, hora morta.
Leva o outro, castigado réptil,
escamoso, feito de súplicas
o veneno de flagelar-se:
o retorno para si.
A estrada é sinuosa, grande
tapete negro, caminho
de conduzir vazios e tudos.
Quem a percorre, lutador ousado,
lança degraus de talvez.
A face umidifica. Húmus?
O suor é casto?
Há no humano pureza?
Dobra na curva a vegetação
verde ou cinza da mata.
A mata é o assombro, o saber.
E o pensar no saber.
Bifurcados, o caminho e a estrada
são uns sós destinos.
Corajoso, levanto na manhã escura
minha morte de andar...
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