quarta-feira, 18 de julho de 2012

A janela que não fecha



 Por Germano Xavier

a janela não fecha e eu estou dentro
a janela não fecha e meu coração pode explodir
o medo pode invadir o quarto
(quinto andar) seguro
mas não paro de olhar para ela
para a janela que não fecha

todo este tormento porque nesta madrugada tive um pesadelo
algum monstro me levava e me batia com uma barra de ferro
e esta janela que não fecha

acordei com uma impressão de realidade
alguma coisa em minha profundeza me dizia
que algum monstro me levaria e me bateria com uma barra de ferro
e que faria isso quando eu abrisse a porta
a porta do quarto onde estou agora
de onde vejo a janela que não fecha

a janela não fecha e eu estou fora
a janela não fecha e o meu medo pode me implodir
(até posso ver toda aquela poeira de mim
como uma nuvem passando) pois que
a janela não fecha e um vento antigo sopra

5 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"janela
by ~jcanhao"
Deviantart

puzzle disse...

A minha janela tb não está fechada... e esse medo... ô medo!

Beijo

Rebeca dos Anjos disse...

Agonia.

Beijos, Gé.

Daniela Delias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Interessante... Quando comecei a ler, lembrei na mesma hora de um sonho que tive hoje no cochilo da tarde.. Sonhei com uma casa-mar, mais propriamente uma casa no mar... Quando abríamos a porta era tanta água do mar, azul escura, densa, mar caudaloso. Eu pedia para fechar a porta... porta da casa-navio, casa-mar, para a água não entrar, mas alguém lá dentro não permitia e deixava a água invadir a casa. E ficávamos com águas nos pés. A casa não afundava como um navio afundaria se a água entrasse. Sonho constantemente com o mar e são sonhos muito nítidos, vívidos, reais. Uma vez contei um sonho desses para uma amiga que tem afinidades com o candomblé e do nada, antes mesmo de eu saber de tais afinidades, ela disse: você é filha das águas? Achei interessante, sempre me disseram que sou filha de Yemanjá, pois nasci no dia dela, 2 de fevereiro. Quando vc estava em Paraty, sonhei que fazia o percurso Itamaraju-Recife pelo sul do Rio de Janeiro e de repente estava num ônibus-barco no meio do mar e havia golfinhos. Foi lindo de se ver...

Pois que o melhor mesmo são portas e janelas abertas para a sorte entrar... E, já dizia o filósofo, ser é abertura.

Ah, e mais uma coisinha... Me intrigou essa imagem de janela fechada ilustrando um poema que fala do medo de uma janela aberta, que não fecha.. Desde sempre acho interessante seu movimento de se abrir e de se fechar... (Atente para o indizível...)


Beijos,
Lei.