segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bucaneiros


Por Germano Xavier

Experimenta. Não é mácula somente
o ardido gosto da derrota.
É que vence
e quebra um elo duro
este querer.

Aprende com entusiasmo meninil,
de compreender estréias.
A gente sempre começa,
mesmo quando investigado
o órgão íntimo da vida.

Insacie-se, de olho aberto.
Os assombros inconduzem-nos às belezas impostoras.
Fragmenta-te, pigmenta-te, fazes de novo
se esconder a morte marulhante.
Inquieta a voz do teu desejo,
inquieta-te!

Aproxima-te, do muro, do negro regato que te transporta,
da curva turva, do ar caindo findo sem paz,
e entrega-te, de rosto
e solto em teus deslizes,
na essencial palidez dos teus instantes,
como quem maneja inundações.

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