Por Germano Xavier
Ao contemplar
José Davi Alfaros Siqueiros
Ao contemplar
José Davi Alfaros Siqueiros
Davi, da garganta de
tua criança brota
uma confusão de despojos.
Um cenho, dois cenhos.
Os dois repartidos, choram.
A miséria do aço na alma
fabrica as estâncias da dor.
A gigantesca pedra rola
montanha abaixo, dura.
Davi, tuas crianças?
Dói o teu vermelho rouco.
E eu que preciso de tantas mãos!
É preciso mãos?
Sem delas, o que fazer?
Não dá para cerzir com arame
um coração combusto?
A miséria, Davi?
A indigência, Davi, está aquém
do teu pranto, este mal
de alguns. Davi, o eco
das chamas, este fogo amargo
que queima, até quando?
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