quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sem saber


Por Germano Xavier

Se Drummond viveu meio verso
de um rascunho poético,
o que sobrou para mim?
Ainda há o que se viver,
sentir, ser...?
Se ele me consome e me consola,
eu perco o meu direito de viver?
Se você escreve poemas e romantiza,
se quer que eles sejam
divulgados no rádio,
se você quer falar comigo, se
sairá o nome do autor, é claro, se
a reunião da revista está marcada
para depois da palestra.
Se você me acha lindo, se você acha isso!,
se você está mesma falando com teus olhos
"que lindo! lindo! lindo!, timidamente lindo,
só para poucos perceberem sua beleza",
se tu finges gostar de poesia para o agrado
fácil, se vou tentar escrever um poema direcionado
à sua pessoa e se ele pode demorar, "tudo bem?".
Se como é bom vivo estar, não?
- Sempre, sempre. Já está na carteira.
Eu tentando a partir de agora lembrar-me
e aplicar esse teu escrito. Muito obrigada.
Se você já tudo disse e eu nada tenho,
só um punhado de inesquecimento, que faço
eu, que faço!, se você viveu
a vida em meu lugar?

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