esta distância
é uma desgraça perdida diante de minha vontade
chego agora ao tempo de inesperar
com calma
chego em tantos que nem sei chegar
quem sou eu agora que me deixo
para trás? quem sou eu
este porto aberto aos desmandos do mar
noite intranquila de um sonho bruto
eu pensei em você entre as orquídeas
eu pensei em você agreste-de-mim
sul total num nordeste de aconchego
eu que ainda não me descobri com pernas tão longas
sem dinheiro para comprar um arrebol
mas consciente de que posso
a qualquer momento
cometer um ato de vida - devida a mim por eu mesmo
rútila seda meu imaginar assim
hoje amanheço tarde
entardeço na noite aos encantos duma lua amiga
(temos de nos haver)
me diz que se fôssemos devagar iríamos até o fim
como venço um crime deste de não ter a boca torta que me endireita?
eu temo minha morte sem você
eu temo minha morte sem você
fiz nada além de me estreitar sobre a cama
a me perder num grosso frio abatido entre cobertas
levantei sem gana para um dia vago no fim
(meu pensamento a única força desmedida)
quero acordar com minha língua entre teus pelos
furtar o pulso de uma arma branca
cravejar balas insanas e fetar um ser de nós dois
(ir para nunca mais voltar)
acendo uma música aos meus ouvidos
tua voz me canta uma placidez que me adoenta
tombo imberbe inerte no chão úmido do corredor
eu sou você e sem ti não sou
estás no meu dia, meu amor distante
engulo a ânsia por teu fulgor
punch (o aleph) - um instante
os anéis de saturno beirarão toda poesia
faremos o amor-cânone
amor branco amor
fazendeiros de um gado bruto que rumina dentro
e se eu chegar agora?
pulando o muro daquela rua (a rua atravessada no peito)
voz de apaixonado mentindo a mais pura verdade
que é tanta dor
que é tanto amor
meu amor
é uma desgraça perdida diante de minha vontade
chego agora ao tempo de inesperar
com calma
chego em tantos que nem sei chegar
quem sou eu agora que me deixo
para trás? quem sou eu
este porto aberto aos desmandos do mar
noite intranquila de um sonho bruto
eu pensei em você entre as orquídeas
eu pensei em você agreste-de-mim
sul total num nordeste de aconchego
eu que ainda não me descobri com pernas tão longas
sem dinheiro para comprar um arrebol
mas consciente de que posso
a qualquer momento
cometer um ato de vida - devida a mim por eu mesmo
rútila seda meu imaginar assim
hoje amanheço tarde
entardeço na noite aos encantos duma lua amiga
(temos de nos haver)
me diz que se fôssemos devagar iríamos até o fim
como venço um crime deste de não ter a boca torta que me endireita?
eu temo minha morte sem você
eu temo minha morte sem você
fiz nada além de me estreitar sobre a cama
a me perder num grosso frio abatido entre cobertas
levantei sem gana para um dia vago no fim
(meu pensamento a única força desmedida)
quero acordar com minha língua entre teus pelos
furtar o pulso de uma arma branca
cravejar balas insanas e fetar um ser de nós dois
(ir para nunca mais voltar)
acendo uma música aos meus ouvidos
tua voz me canta uma placidez que me adoenta
tombo imberbe inerte no chão úmido do corredor
eu sou você e sem ti não sou
estás no meu dia, meu amor distante
engulo a ânsia por teu fulgor
punch (o aleph) - um instante
os anéis de saturno beirarão toda poesia
faremos o amor-cânone
amor branco amor
fazendeiros de um gado bruto que rumina dentro
e se eu chegar agora?
pulando o muro daquela rua (a rua atravessada no peito)
voz de apaixonado mentindo a mais pura verdade
que é tanta dor
que é tanto amor
meu amor
6 comentários:
Que lindo! Absolutamente lindo.
Mais um texto a ser aplaudido.
Aniversário deixa a gente assim meio tonto, né???? Meus parabéns, poeta. Um graaaaaande abraço p vc.
Caramba. Este poema me tirou o fôlego! Lindo, lindo!
Beijo grande, Gé!
Pensar o amor entre orquídeas é ser poesia.
bjo, G.
Seus vinte e "love" anos merecem ser poetizado,Germano.
Mais love e nove nessa vida,viu!
PARAniversárioBÉNS!
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