Imagem: Deviantart |
Por Germano Xavier
haveria uma dor nela
impregnada e sutil
toda vez que regressos fossem
o dito
um fosso o de ir
um poço
uma fossa aberta
seria a demora
e a espera
pularia muros íngremes
invadiria quintais alheios
roubar-te-ia flores do jardim da senhora amena
para te dar quando chegasse ao poste
eu
um vadio amante
navio em você-porto
sul
sul o de querer
norte
norte o de correr
se a nossa rua fosse minha
para acabar de ser tudo o que quis
partiria em disparada
alucinado em alva visão e planificado
em teu sorriso
uma rota
para deixar que o setembro não cessasse
a morte contínua de não ser dois
esquecendo da vida
perdida entr'as mãos
se minha fosse a nossa rua
tal mina em chão entrado
eu
pobre coitado
inverteria sinais e poria o trânsito ao acaso
para caso de um ne me quitte pas
em cor vermelha de saudade
um chamado
(imagino a ânsia)
a correria a alegria o afã a doce loucura de uma corrida
atletismo de amor
vencendo os medos do caminho
as agruras cinzas e os pássaros que uivam na noite
simplesmente
se fosse minha a nossa rua
não seria nua a lua vestida em desassossegos
e mucos de nós-boca e brandos vãos
mereceria outdoors de nós-nunca-um-não
um tão sequer segredo
o de ser um passo apenas
uma dobra a menos
um quarteirão quebrado
uma esquina para trás
uns portões deixados e um sino na mão
plim-bom
- oi, ar-dor!
Um comentário:
Mereceria outdoors. Pedrinhas de brilhante.
Beijo
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