quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Objetos


 Por Germano Xavier

Tudo no meu quarto está suspenso,
neste instante de mim quieto.
A mochila vazia no prego,
pendurada, espera a aventura
perdida nas alças plásticas.
Os livros parecem estar descansando.
Da estante de madeira escura
eles me olham numa quase indiferença nua.
Objetos esparramados na mesinha
não tocam o chão. Tudo está
suspenso como esta névoa
adelgaçada que balouça as cortinas
soturnas do meu ser.
Do alto dos meus pensamentos
espero a morte descer de sua liteira
aveludada, e enfiar a espada mortal
que perfurará a carne de minha metáfora
mais viva:
e eu poeto.

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