Por Germano Xavier
XXXI
Ontem, enquanto esperávamos pelo ônibus, acabei dando uma aula particular sobre poesia. Não desconfiava ela que eu estava apenas lendo os versos impressos nas páginas carameladas do seu olhar.
XXXII
Todas as minhas vontades me ocorrem silenciosamente, como a atitude das brisas. E de repente: Bummmm!!!
XXXIII
Um baú antigo?
Talvez
tudo o que nele estiver contido,
ou nada.
Sei que não há meio termo entre os homens.
Ou se é ou não é.
XXXIV
Primavera...
O que há de novo sobre a Terra?
Por que as flores colorem a vida?
Quais os motivos?
...
se acaso essas mesmas flores,
silenciosas,
irão ao chão...
Primavera.
XXXV
Amar poeta
C.D.A.
Mágica
Palavra:
Poesia.
XXXVI
Tudo aprendo no silêncio
ensimesmado dos meus muros
de azul. E é sorvendo
calmo o instante de ataque
que fabrico minha mágica de viver.
XXXVII
O que se faz com o verbo
no escuro de uma sala escura
é, no mínimo, muito escuro.
XXXVIII
E ela desenhava
em minha mão
sempre um coraçãozinho.
E me dava aquilo uma tristeza...
Toda vez,
manhãzinha,
olhava eu para a mão
e nada,
e nada do coração.
XXXIX
Nauta
em naufrágio?
Previsto,
esqueci das velas.
Dia sem vento:
vou de medo.
XL
A carteira é arrastada
feito a vida nossa:
é o fogo instantâneo do mundo!
XLI
Amanhã eu vou comprar a minha liberdade!
Eita dia que não chega!
XLII
O som da vida estala
indiferente
à minha espera,
desesperada,
tão inocente,
que mesmo calado,
num quase existir ausente,
sinto um reboar de sons
tão eloqüente
vindo de dentro
deste meu reino tão distante
XLIII
Em pino,
não o sol,
mas o artifício da luz.
XLIV
No poço artesiano de mim mesmo,
eu nem bem sei se me encontrei...
Mas como é bom me sentir todo repartido,
um pouquinho em cada
gotinha de chuva que escorrega
destas terras grandes...
XLV
Um pensamento pousou cor de canário em minha janela.
Cor de canário em minha janela
pousou um pensamento...
Depois bateu suas asinhas,
bateu...
bateu...
Um comentário:
Fico contente que você permita comentários. É difícil comentar todos os blogs e eu já pensei em tirar os comentários, mas desisti porque tenho uma vontade imensa de ler e trocar ideias. Os seus poemas estão bons demais! Um abraço, Yayá.
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