Por Germano Xavier
XLVI
Ele sempre apertava as mãos
dos outros
com uma delicadeza de pássaro...
Depois se recolhia,
no cantinho,
a pitar um cigarrinho medicinal.
XLVII
Eu,
imprevisível,
feito o mar,
desabando,
rijo,
no profundo oceano
de mim.
XLVIII
Meu melhor professor me ensinava a desaprender.
XLIX
O guarda, em sua guarita, anota em branco o dia que passa.
L
Contra ou a favor do modernoso stablishment, melhor cortar radicalmente o cabelo.
LI
Na morte da burrice, o professor foi o perito.
LII
A mulher de quarenta e quatro anos acordou e o seu coração entrou em jejum.
LIII
Quase amarelo o sapatinho guardado de andar à vontade, à vida.
Mulher de bolsos e blusas, pulseiras e pulsos.
De pulsos.
Aranha-armadeira.
LIV
Primeiras palavras de poemas que comecei a escrever e que jamais terminei.
Eu sou..
O amor é...
A vida é...
Preciso de...
Gosto mais de...
Prefiro o...
Conheço a...
Caminho para...
Cheguei ao...
No fim do mundo tem...
LV
Rá! Rá! Rá!
E ela pediu que a professora resumisse a vida numa só palavra...
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