Por Germano Xavier
Porque já sei o quero de mim...
E porque há no jardim sempre uma erva daninha.
Porque já sei o quero de mim...
E porque há no jardim sempre uma erva daninha.
de mim
não quero este desgoverno
e esta fluída tristeza
nem este garimpo sem força
e brilho
que se afaste
a doença dos meus ombros
sempre sôfregos e tristes
e o câncer de minha quietude
hoje insuportável lepra
por gostar demais da solidão
que esta me sirva um pássaro
toda vez que adormecer em estrelas
o dia branco em pleno poente
que seja distância a armadura
de minha estranheza e silêncio
e que eu fuja da noite calma
sem produção ou objetivo
e que eu siga procurando o puro
e desejo que não vingue
em outra face a inércia das mãos
sempre lentas e pesadas
de dar o mais que a vida não pede
porque ficamos ruins quando não temos
e principalmente quando não somos
que pouco nos outros permaneça
o que em mim não germinou
esta celeuma quem sabe
esta razão bagunçada
estas danças e estes interlúdios
estes palcos sem a platéia melhor
por ser pouco amável hospedeiro
fogueira em brasa queimando
claro cordão e luzeiro cálido
o que em mim se faz clarão
que eu acenda a chama de uma verdade
única e só para mim
3 comentários:
Um vulcão não seria tão interessante se hospedasse sua erupção.Implodiria e nos privaria de um lindo espetáculo catártico, se fosse só prá si mesmo um fenômeno, tornar-se-ia um monólogo ensimesmado, larvas incendiando de si prá si, lamberia seu próprio eu.
Melhor ser um odiado aventureiro ...
bons caminhos!
Carácolis!
" Se fosse dizer tudo que sinto diria: sinto muito."
Abraços!
Sempre me admirando destas muitas e variadas paisagens que vc coloca diante de nossas janelas.
Abraço.
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