domingo, 11 de dezembro de 2011

Ao relento


 Por Germano Xavier

Hoje deixei a álgebra e os cálculos em paz. A matemática de minha vida tem sido dura comigo em alguns sentidos. Em outros, consideravelmente mais dispensáveis, leve e acolhedora. Não desejei fazer conta de palavras. Deixei tudo nas mãos do tempo que passa mudando tudo. Vi que preciso repetir isso mais vezes. Tentar explicar ou pedir explicação pode causar incômodo ou mudar a rotina dos ventos. Eu tinha ouvido conselho sobre isso. E, como sabem, mudar é bom, mas nem sempre. Firmar teu pé no chão de alguma coisa e ir no profundo daquilo é um sinal de força. Radicalismos à parte, ir nas funduras das coisas é sempre mais gostoso. Já perdi muito tempo nesta vida tentando comentar meus crimes mais perfeitos. Hoje, com vinte e quatro anos e dezesseis dias de vida aqui na Terra, sou outro. Ainda repleto de falhas e fraquezas, mas outro. Para que serviria eu medir a onda do rio? E a tinta da mão? Ou a finura dos biscoitos? Melhor deixar o rio transbordar de qualquer coisa, sempre. E viver melhor do jeito que se sabe. E viver melhor do jeito que se sabe. Nunca me apeguei aos números, e não será agora que irei render-me a eles. Prefiro mil vezes a poesia torta de meus dedos. Ah, e como prefiro...

Um comentário:

controvento-desinventora disse...

O melhor dos números é escrever seus nomes...principalmente os ordinários.