Por Germano Xavier
Levantei por volta das seis horas da manhã, tomei dois potes de iogurte e fui continuar a leitura de um livro que a Virgínia me deu. É um livro curto, que sou capaz de devorar em uma tarde só. Mas as obrigações que tenho a cumprir nos últimos anos não estão me permitindo uma tarde nem uma noite propícia para uma leitura seguida, sem freios. Nunca mais consegui ler um livro numa sentada só, como fiz com a história da Capitu, do Assis, na mesa da cozinha na casa dos meus pais em Iraquara. Estou lendo de maneira fragmentada, mas ainda compulsiva. Sou doente por livros e quem me conhece parece desconfiar. O livro que estou lendo fala do amor, de um amor diferente e de um amor igual. O título é “Memórias de minhas putas tristes”, do Gabo. Sim, uma memória no singular, como toda a história, apesar da idéia velha da pluralidade amorosa. Para mim, idéias não envelhecem. E devem ser reconstruídas, sempre. Como a própria idéia, a idéia do amor também é imortal. Mas o homem sim, o homem morre. Morre de várias mortes. Morre em vida e na própria morte, seja do corpo ou da alma. Mas a idéia do amor não falece, como o amor. Estou lendo calmamente, devagar, como quem degusta um bom vinho tinto. Sentindo o deslizar das personagens sobre as lâminas do sentimento-mor. Gabo mata o amor no homem e recobra-o com outro amor, força geradora da vida. O motor que faz a vida, mesmo quando quase impraticável. Mas essa é uma análise romântica e imatura ainda. Preciso terminar de ler o livro para, quem sabe, não me sentir tão decrépito assim... ou não.
Levantei por volta das seis horas da manhã, tomei dois potes de iogurte e fui continuar a leitura de um livro que a Virgínia me deu. É um livro curto, que sou capaz de devorar em uma tarde só. Mas as obrigações que tenho a cumprir nos últimos anos não estão me permitindo uma tarde nem uma noite propícia para uma leitura seguida, sem freios. Nunca mais consegui ler um livro numa sentada só, como fiz com a história da Capitu, do Assis, na mesa da cozinha na casa dos meus pais em Iraquara. Estou lendo de maneira fragmentada, mas ainda compulsiva. Sou doente por livros e quem me conhece parece desconfiar. O livro que estou lendo fala do amor, de um amor diferente e de um amor igual. O título é “Memórias de minhas putas tristes”, do Gabo. Sim, uma memória no singular, como toda a história, apesar da idéia velha da pluralidade amorosa. Para mim, idéias não envelhecem. E devem ser reconstruídas, sempre. Como a própria idéia, a idéia do amor também é imortal. Mas o homem sim, o homem morre. Morre de várias mortes. Morre em vida e na própria morte, seja do corpo ou da alma. Mas a idéia do amor não falece, como o amor. Estou lendo calmamente, devagar, como quem degusta um bom vinho tinto. Sentindo o deslizar das personagens sobre as lâminas do sentimento-mor. Gabo mata o amor no homem e recobra-o com outro amor, força geradora da vida. O motor que faz a vida, mesmo quando quase impraticável. Mas essa é uma análise romântica e imatura ainda. Preciso terminar de ler o livro para, quem sabe, não me sentir tão decrépito assim... ou não.
Setembro de 2008.
3 comentários:
Amo esse livro. Você deve realmente lê-lo bem devagar, também eu o fiz assim. Uma delícia, um convite a vida.
Boa leitura!
Vou seguir o exemplo meu amigo.
Neste Natal, vou (como sempre) oferecer um bom livro a ... mim.
Falta- me esse, não sei porquê, pois até já o tive nas mãos para o efeito.
Talvez erro meu, mas ... quando pego num livro procuro sempre (ou quase) um ao acaso, leio a sua primeira página, e depois ela me diz(ou não) algo, se sim, compro, se não ...
É talvez injusto, mas é uma espécie de sexto sentido que eu tenho, coisas há que só devem ser feitas a seu tempo, quando nós estivermos preparados para elas, e o meu "sexto" está lá sempre inflexivel.
Agora talvez já esteja mais preparado, mais maduro, ou ... a precisar de o ser.
Vamos ver!
Abraço.
Há muito, eu também consigo ler numa esticada só um livro, por mais delgado que ele seja. É uma epidemia urbana, consequência do afazeres cotidianos, me parece!
Encaremos esse fato como atletas que, ao participarem de uma maratona, não desejam conseguir o a primeira colocação.Somente terminar a prova!
Muita Paz!!!!
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