quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um tom


pelo braço enevoado avançam dedos
de ânsia
roçam as unhas em lavra e traste
(ecoa um tom)
casas abrem portas e o som
das cordas
gemem emparelhadas

a vida, ritmo sem acorde, toca
a música impune do Tempo
que soa e se desgasta
sem o gasto passo da silente marcha


Segundo poema da série Preto-e-Branco: Poesia.
Fotografia de Daniela Gama.

3 comentários:

lisa disse...

A musica que ouço é de uma solidão medonha e capaz de isolar até mesmo os membros de uma colmeia e de um formigueiro.

Dani Gama disse...

Gostei muito, Germano. "Continuemos..."

:)

Petra Maré disse...

gostei da sua casa, também, Germano.
É muito bela e está cheia, por isso faz pouco barulho, ao contrário da carroça vazia no bosque amanhecendo.
Um Abraço
Petra.