Basta o mínimo rumor acerca de alguma movimentação grevista na educação da Bahia e lá está ela junto aos holofotes, estendendo bandeiras, cartazes, levando milhares de pessoas às ruas e reivindicando melhorias frente aos governos vigentes. A APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) nasceu oficialmente em 24 de abril de 1952 e desde os mais remotos anos de sua existência vem servindo de periscópio vigilante para esta categoria profissional - a de professor - que vem perdendo o prestígio com o passar das gerações, devido a diversos fatores, muitos deles de ordem - ou desordem - governamental. Na pacata cidade de Souto Soares, na Chapada Diamantina-BA, a sucursal da APLB existe desde meados de 2002. Vilma Pires, secretária do núcleo APLB na respectiva urbe, revela que nem só de greve vive o sindicato. "No começo, não havia um local apropriado, ficava todo mundo em sala de aula e a gente se desdobrava para atender essa parte sindicalista. Muita coisa aconteceu de lá para cá. Em 2011 nós criamos um plano de trabalho onde um dos objetivos era o de fazer vários tipos de pesquisa, para ver como está o andamento de vários aspectos dentro das escolas, como a merenda, transporte, etc. Num primeiro momento, fizemos este trabalho de averiguação da satisfação dos serviços escolares no âmbito das escolas municipais, com alunos do Ensino Fundamental II, mas para 2012 a ideia é atingir as séries do Ensino Fundamental I. Vilma conta que depois que é realizada a pesquisa de campo, todos os resultados são apresentados em assembleia, e é feito o balanço que irá servir para auxiliar no direcionamento de futuras ações. "Depois do primeiro semestre, a nossa vontade é de aplicar estes questionamentos novamente para fins de comparação, como se fosse uma segunda bateria. Sobre as assembleias promovidas por este núcleo APLB, por exemplo, quando a comunidade fica distante daqui da sede a gente marca com os professores e a APLB vai até lá para facilitar todo o processo de diálogo. Na verdade, o nosso trabalho é de olhar, cobrar, averiguar e conferir como tudo está acontecendo na esfera educativa, como também de protestar quando preciso. Quando olhamos para o passado, é fácil perceber que já conquistamos muita coisa com o apoio de todos, mas ainda tem muita coisa para ser conquistada", reforça Vilma. A coordenadora geral da APLB-Souto Soares é feita por Lélia Lúcia Batista. Sobre a greve atual dos professores da Bahia, Vilma diz que "a APLB apoia os professores pois acredita que tudo precisa melhorar. Na paralisação que aconteceu em março, nos dias 14, 15 e 16, que reivindicava principalmente o piso salarial, nós aderimos somente dia 16 por acreditar que iríamos prejudicar muito os alunos se paralisássemos por 3 dias. Nessa paralisação houve a participação dos professores do município e do Estado. Antes de irmos para as ruas nos reunimos e confeccionamos os cartazes. Antes disso, durante a semana contratamos carro de som e colocamos anúncio na rádio no sentido de mobilizar a categoria. Recentemente, também participamos de encontros em Seabra-BA. Enfim, estamos em prol da melhoria, sempre."
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Fotografia: Germano Xavier
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