Por Germano Xavier
há um erotismo telúrico
nesta vontade perigosa de ser
e de estar em tua paisagem poética:
caminho para a vida sentida.
(tenho medo de tanta beleza,
quero obedecer a desordem,
pertencer a uma incoerência vã)
revisitar um nonsense
que já nem sei se reconheço
nos aquarelados sonhos que tens,
e pintar minha própria paisagem.
possibilidades de brisas acalmam o furacão inverossímil
que quer arrebentar portas,
quebrar janelas,
adiar compromissos,
para fechar a porta,
abrir a janela,
assumir sumiços...
escrever nas páginas dos lençóis um poema vivo
e retocado pela liberdade,
bordado pelo abstrato e tomado de nós,
entre nós...
tecendo uma escultura,
uma imagem-carta,
aberta,
soprada pela ventania que espalhará o aroma da natureza
exalado da explosão deste desejo contido
sob as pálpebras cerradas e as unhas nas paredes,
os lábios mordidos
e a pele na mendicância de um simples toque total.
- haverá?
4 comentários:
Crédito da imagem:
"Nature Morteby ~NanisKa"
Deviantart
É certo que que há e haverá.
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