quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um só


varre o vento
o fogo áspero da relva
o brando brado dos ondes
a haste hostil dos pêndulos
iridescentes

varre o vento
a história de um senhor
com três quartos de vida ida
cuja memória ainda guarda uma procura
agravada pelas cenas aventurosas

varre o vento
o tempo parco páreo do nada
que não aprisionamos no relógio pulsante
do pulso sem impulso
mas pioneiro


Quarto poema-imagem da série Preto-e-Branco: Poesia.
Fotografia de Daniela Gama.

5 comentários:

Dani Gama disse...

O vento varre. O tempo arde e faz ferida que o vento não cicatriza, mas o tempo sim.

Estou gostando cada vez mais das suas inspirações a partir das fotografias, Gê. Feliz com a nossa parceria nesse trabalho!

Beijos na alma.

JU disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felicidade Clandestina disse...

obrigada pela visita - e seja sempre bem-vindo ao Reino.


um abraço!

JU disse...

Inefável. . .
Bjs!

Anônimo disse...

Sábio e consiso pensar!Adoreiiiii!
Abçs!