Por Germano Xavier
Eu a conheci em teus olhos-de-grutas, nas expressões calorosas e fumegantes de um filho em colo da mãe, nas palavras acre-doces brotadas de tuas mãos gentis, carinhosamente espetadas, muitas vezes contra ti mesmo. Sempre uma vontade de despertar monstros das pedras, da terra entranhada das unhas operárias: construtoras de sonhos docemente simples.
O gosto de um lugar de mel subterrâneo, que jorra dos teus lábios, junto a venenos de inquietação, que constantemente engole, pra partilhar a dor conterrânea, que só sabem os insensatos que amam o chão natal, mesmo quando este machuca os pés.
Senti o calor da pele da seca, rachando o cansaço do solo diário, daqueles que tentam mudar essa paisagem, sentindo a dolorida força do sofrimento da solidão dos esquecidos.
Nunca esquecerei, no entanto, o perfume dessa gente, da terra molhada, das pedras lavadas na pele dura dos gentilmente sensíveis, nem das árvores dos quintais, que contam infâncias. Guardarei para sempre, em meus infames pulmões urbanos, o ar da expressão telúrica da natureza carregada pelos seus filhos. É, estive aí sem saber...
Ouço a canção do silêncio deste lugar, impregnado de uma sobrevida, que só o coração da Bahia poderia conter. No tom de sol e dó, palavras de amor e ódio, tensão e leveza... Tomadas pelo desejo e o signo da interferência.
Conheci a Musa Iraquara por Germano e o poeta e escritor Germano pela Musa Iraquara.
Parabéns a Germano por Iraquara, parabéns a Iraquara por Germano, que me apresentou o amor entre o filho e a mãe-terra!
Claudia de Souza Lemos
Alguém que aprendeu a amar esse lugar
2 comentários:
Crédito da imagem:
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A musa e o poeta: Eternos Namorados.
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