Por Germano Xavier
Atravessei o rio em plena manhã. O sol ardia minha pele, mas eu queria a distância de tudo aquilo que me fazia lembrar dos vazios da minha vida. Cheguei ao outro lado do rio e era como se todas as minhas mais intrínsecas aflições, ilusões e desapegos fossem incapazes de me aborrecer. Queria passear, tomar um sorvete de casquinha, ver coisas novas, novas caras... Bom, pensei que tudo ficaria melhor se eu estivesse acompanhado (nos últimos meses, minha solidão tem me decepcionado muito)... e foi assim que resolvi convidar uma colega de faculdade para me fazer companhia. Ela, espontaneamente, aceitou. Era uma pessoa maravilhosa. Bonita e divertida, certamente, ela, faria o meu dia ainda mais prazeroso. Não tinha escolha. Talvez fosse ela a pessoa que mais suportava o meu silêncio, a minha quietude. Olhamos alguns livros nas prateleiras, tomamos um desejado sorvete de casquinha, conversamos sobre o nosso futuro, andamos de mãos dadas como um casal de lero-leros decorosos e alegres. A amizade é mesmo um bem que não tem preço. O pior de tudo foi o momento da volta. Aquele rio de águas caudalosas e de uma tonalidade verde-azul, a ponte dos destinos vários, as luzes da cidade que me rejeitava, a sensação de felicidade interrompida e passageira... Por que temos de voltar, sempre? (...) Caminhando, já em territórios tristes, vi a alegria se despedir de mim, como se dissesse “até mais ver!”...
5 comentários:
Crédito da imagem:
"untitled RIO
by ~stepane"
Deviantart
Também eu vivo num constante interromper de felicidades...
Hola Germano, muy interesante lugar conocer otros idiomas que devienen en latín. Acá te sigo, y espero que me sigas en mi mundo. Saludos.
Sempre voltamos...com possibilidades de novas idas...e vindas...e novas idas...e... ah! esse movimento vital!!!
"até mais ver"!
Felicidade é instável.
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