domingo, 24 de abril de 2011

Ameaçada liberdade


Por Germano Xavier

Falar em liberdade, nos dias atuais, é uma tarefa difícil. Agora imagine se o devido tema estiver ligado à palavra "imprensa". Em épocas tão conturbadas e de custosos afloramentos de sensibilidade, a autonomia de pensamentos e idéias nos meandros de uma sociedade é, cada vez mais, assunto de destaque em discussões envolvendo profissionais do setor jornalístico, entre outros. Todavia, como é possível tratar esse objeto se, a cada ano que se passa, o número de jornalistas assassinados aumenta consideravelmente - só para citar um exemplo de "trucidação no meio"? A população tem por direito conhecer os principais fatos que, cotidianamente, sufocam e despertam o seu interesse. Mas, se as pessoas encarregadas de levar a informação para todos os segmentos da comunidade estão sendo liquidadas, torna-se quase que impraticável o advento da liberdade de imprensa. A atividade de informar e opinar está se tornando um artigo de luxo, fomentando assim um povo débil e acrítico. Somente com o alimento da informação é que os indivíduos alcançarão o título da cidadania plena, com certa independência e capacidade para gozar de suas justas regalias. É incompatível depositar credibilidade na existência da falta de interesse dos jornais e dos próprios jornalistas, quando se trata da transmissão de notícias. Saber compartilhar princípios de caráter básico sem prejudicar a transparência da comunicação é, atualmente, o maior desafio da imprensa em todo o mundo. É mais que necessário, em tempos de informação globalizada, que o acesso desse tipo de constituinte formador às comunidades mais desprezadas seja facilitado através de novas políticas de integração social. Não há mais espaço para nenhum modelo de censura no campo da comunicação. Vaidades à parte, a liberdade de expressão tem de assumir, verdadeiramente, o caráter de ser um manifesto livre de aprisionamentos. Só assim a imprensa e o jornalista serão capazes de, juntos, exercerem suas devidas funções perante a sociedade, começando por injetar doses e mais doses de esclarecimento ao povo.

6 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Left Right, Right Left by =Alexandru1988"
Deviantart

Poesia na alma disse...

escreve tão bem.... que já tow com vergonha de meus escritos! Falo do teu blog pra "todos" que conheço...
Grande abraço!

Catia Bosso disse...

O seu manifesto é digno de ser literalmente ''globalizado'' (se é que me entende). Vejo a noticia como algo que está sendo limitada por certos meios de comunicação que confundem jornalismo com monopólio! Desculpa a sinceridade, mas é assim que penso e estou contigo!
Bjs.

Catita

Mário disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mário disse...

A manifestação plena da liberdade de expressão só será alcançada quando a informação for cada vez menos privativa de certos grupos empresariais. Para que cinco ou seis família que dominam os meio de comunicação no Brasil não determine, como acontece há vários anos, o que é bom ou ruim para nossa sociedade, a liberdade de imprensa precisa ser regulamentada. Parece uma contradição, por isso gostaria de deixar bem claro que não se trata de regulamentar conteúdo, refiro-me a prescrição constitucional de ampliar os conteúdos culturais e possibilitar uma maior participação de pessoas envolvidas nesse setor ( proibição de monopólio e oligopólio). Concordo contigo, Germano, ao dizer que a população tem que conhecer os principais fatos que cotidianamente sufocam e despertam seus interesses, e um dos fatos basilares seria mostrar-lhe que as notícias, as quais assimilam, não são isentas de valores, mas sim elocuções de manifestações ideológicas dos grupos que dominam nossos meio de comunicação. Já há mais de um século acabou-se a crença na neutralidade axiológica e torna-se cada vez mais necessário divulgá-la também outra crença: a verdade imparcial do jornalismo brasileiro.

Caca disse...

Eu acho pessoalmente que a imprensa deveria ser um órgão sem fins lucrativos. Isso é um freio à independência de opinião e postura. Abraços. paz e bem.