sábado, 30 de abril de 2011

Nada muito sobre filmes IV


Por Germano Xavier

16 – A língua das mariposas

Um filme sobre os prazeres e desprazeres do conhecimento. O mestre e seu discípulo numa relação encantatória sobre a vida, as pessoas, os sentimentos, as dores, a morte, o mundo. Um garotinho em busca do néctar das coisas, esticando sua curiosidade até o limite, como fazem as mariposas quando desenrolam suas línguas até as profundezas das flores em busca do sumo vital. No fim, um desfecho triste, que nos embota um inconformismo. Num instante de comoção, Moncho (o garotinho) repudia o mestre perante sua condenação para livrar sua família de mal igual, posto que seu pai também era um militante contrário ao regime governamental vigente. Imperdível.


17 – Manoel de Barros – Paixão pela palavra

Dividido em cinco partes, o documentário conta a história do que considero – assim como tantos – ser o nosso maior poeta vivo da atual cena literária nacional: Manoel de Barros. Da infância aos seus mais de 90 anos de muita vida e inspiração, o vídeo revela a poesia da poesia do homem pantaneiro que acabou adotando o Rio de Janeiro como morada – pelo menos em certo período de sua vida. Para quem quer aprender nadezas, um prato mais do que cheio.


18 – Um violonista no telhado


Apesar de eu não gostar do gênero musical, este me atingiu em cheio. Uma lição para a vida, para a minha vida. Mescla comédia e drama. Um longo clássico. Casamentos arranjados, valores numa sociedade arcaica. O receio do Czar em uma Rússia massacrada pelo “terrorismo” governamental. Adaptação cinematográfica de uma famosa peça teatral. Amor, orgulho e fé nas mãos de um leiteiro com uma peculiar visão de mundo. Trilha sonora lindíssima.


19 – Avatar


Olha, eu vou ser clichê – e não sou sempre?. Realmente um filme espetacular, encantador e de uma beleza raríssima. Surpreendente. Pelo menos para mim e um monte de gente por este mundão de meu Deus. Só não quero uma continuação, porque aí estraga. Avatar!


20 - Os sonhadores

De Bertolucci, aquele que fez O último tango em Paris. A liberdade vivida e pensada numa época politicamente conturbada. Três adolescentes apaixonados por cinema descobrindo sentidos múltiplos para uma amizade no mínimo insólita. O filme ganha brilho pelo tom sensual das cenas e dos diálogos. O final nos faz pensar que nem sempre o melhor caminho a se seguir é o que a correnteza nos imprime. Este eu vi duas vezes, sem nenhum arrependimento.

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"The Empty Cinema by =wolfskin"
Deviantart