Por Germano Xavier
minha sombra, sudário, deixada como marca
no velho lençol laranja altera meu olhar,
que de longe não vê as dobras nem a parca
altitude de onde pude cair. e meu quedar,
originário da chama do ir - e do levantar -,
explica a violência imaginária que fundei
(o horizonte revoltoso que fitei, e criei...)
ao toque do chão desavisado, no pisar.
do músculo retorcido, e da alma condoída
de andar sem corpo, ou contra a higidez
perene de s’estar, enforca-se o momento
coadunador da dor, do desejo, do sofrimento...
esvai-se de mim, sem cerimônia - funda altivez! -,
minha sombra escura, ora pesada ora puída.
2 comentários:
Crédito da imagem;
"- No Title 80 -
by *KARRR"
Deviantart
Belíssimo, um texto para LER, e Reler e deixar-se levar!
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