terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dos alargues de busca


Por Germano Xavier

minha sombra, sudário, deixada como marca
no velho lençol laranja altera meu olhar,
que de longe não vê as dobras nem a parca
altitude de onde pude cair. e meu quedar,

originário da chama do ir - e do levantar -,
explica a violência imaginária que fundei
(o horizonte revoltoso que fitei, e criei...)
ao toque do chão desavisado, no pisar.

do músculo retorcido, e da alma condoída
de andar sem corpo, ou contra a higidez
perene de s’estar, enforca-se o momento

coadunador da dor, do desejo, do sofrimento...
esvai-se de mim, sem cerimônia - funda altivez! -,
minha sombra escura, ora pesada ora puída.

2 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem;

"- No Title 80 -
by *KARRR"
Deviantart

Jan Góes disse...

Belíssimo, um texto para LER, e Reler e deixar-se levar!