Por Germano Xavier
acordou tentada por uma brusca vertigem. nada sentiu. caminhou até o espelho. o espelho guardava a imorredoura memória do presente. a perspectiva daquele rosto antigo e amargo era quase um desagrado. banhou-se. ali também havia um espelho. depois a mão de creme sobre o cabelo molhado. novamente o espelho. quis vomitar ao ver a imagem. ao pé da cama, enfiou cuidadosamente os cadarços do tênis nos orifícios. apertou o cinto de couro marrom, passou ferro na camisa branca de linho que foi de sua madrasta. lembrou de sua infãncia no interior e olhou pelo vidro. quase veio a vomitar. comeu azeitonas no café da manhã. não gostava de azeitonas. sentiu uma forte dor no estômago. preparou um sal de frutas e bebeu. mentiu a dor o dia inteiro. quando voltou, olhou a prataria suja sobre a mesa repleta de moscas. virou-se. fechou a lua de sua janela. olhou a lâmpada queimada no teto, percebeu uma mosca pousada em sua boca. procurou o espelho. era escura a noite. o dia inteiro.
3 comentários:
Crédito da imagem:
"Frasco de moscas by ~Unnatural-stuff"
Deviantart
Cara...isso foi muito bom!! que visão!!
[]s
Uma coisa que náo tem nada a ver com a outra que náo tem nada a ver com a outra que náo tem nada a ver com a outra. Mas vai que tem. Se puder/quiser, dá uma olhada nisso: http://annacronica.blogspot.com/2011/04/moscas.html
Abraço, Ana Claudia
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