domingo, 25 de novembro de 2012

Canções de sinos


Por Germano Xavier


VII

Ai de ti em mim,
do teu barco frumento o gosto
de lua. Não me apareças deserto
em tua impetuosa cauda e corrente.

Ai de tuas cercanias e grades!
Ai dos teus mares, mulher,
que eu me afogo na liquidez
do teu perfume!

Ai do teu lume seco
e sedento, e do teu alimento
esmalte, que eu esmoreço e minto
fingir que pareço parede...

Ai de mim, tua rede!
E que sede é essa de querer
e não querer-te
- silêncios abertos em mim...

Que sede é essa , meu deus!

2 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"bezkres by *krowka7"
Deviantart

Cris Campos disse...

Essa é aquela sede que quanto mais saciamos mais sentimos, e porque mais sentimos mais queremos saciar... se esse ciclo romper, deixa de ser sede! Gr. Bj. semana de muita paz e sede pra ti!