domingo, 29 de maio de 2011

Ainda os ratos


Por Germano Xavier

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Depois de contemplar toda a grandiosidade deste mundo doente, você agora é capaz de fazer uma análise mais aprofundada sobre a sua insignificância, sobre a sua pequenez absurda. Eu estava completamente enganado quando disse que a vida é um absurdo. Na verdade, o absurdo aqui é você! Os ratos continuam roendo as porções mais humanas de tua criatura. Acredito que não há mais sentimento dentro do teu corpo.

O tempo está passando, meu caro!

O tempo é passageiro, assim como eu e você. E este principado que não sabes governar? Qual a razão das cercas e dos muros? Para que todo esse exército e todas essas armas? Não confias no Homem? Devias perceber que as flores conseguem conviver com os seus espinhos, e que isso não é grande o suficiente para estragar as suas rutilantes belezas.

Começou de novo! É essa minha cabeça que não pára de doer. Nunca mais fui ao médico. Aliás, nunca mais irei a consultório médico algum. É sempre a mesma parola, o mesmo diagnóstico, a mesma receita, a mesma frustração. A ciência médica ainda não desenvolveu nenhum remédio ou método para os males que uma pessoa hipersensível como eu pode sofrer. Casos como esse os médicos mandam para os leitos dos manicômios, dos sanatórios e dos centros de recuperação (esses lugares onde se tiram os passaportes para a outra dimensão).

Está na hora do meu “chazinho”. É incrível como possuem a ignorância! Vocês não conseguem enxergar que sempre há uma luz no fim do túnel? E que sempre haverá, por mais que não se queira ver?

Existe, eu sei! Eu sei, e também sei de tudo aquilo que te fere. E é justamente por tudo isso que eu me encontro aqui, nesse momento tão difícil e complicado. Há alguma bolsa nesse teu mundo onde se armazena as nossas energias que ainda não foram utilizadas. É preciso encontrar essa bolsa, essa sua força esquecida dentro do seu próprio eu. O pior de tudo é que você não quer me ouvir, e assim acaba perdendo a chance de encontrar esse tesouro adormecido. Ouça: eu sei do seu tesouro! Há tempos venho tentando lhe mostrar isso, mas você vira as costas e sempre vai embora. Deve ser essa fumaça branda, essas cores cintilantes, essas borboletinhas azuis, esses pássaros, essas nuvens brancas, essa imensidão sem fim.

E há fim?

Para onde vamos depois?

Quer saber... então me escute! Eu não sou louco. Eu sou apenas um sonhador que acredita em “mundos” e que está aqui só de passagem, feito uma andorinha de verão. É tão difícil assim? Eu só quero que vocês me entendam e que acreditem que atrás desse “mundo” existem outros “mundos”, onde todas as pessoas são felizes e se gostam e se amam.

Será o Amor?

Quem é o Deus dessa terra?

2 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"Deja Vu by *Hengki24"
Deviantart

Artes e escritas disse...

Gostei desse seu texto. Se eu fui capaz de matar um rato à 1:30 horas da manhã, e dou-te a palavra que fui; eu sou capaz de ser feliz e amar o ser humano. Um ótimo domingo para você. Yayá.