quarta-feira, 25 de maio de 2011

Canções de sinos



Por Germano Xavier

VIII

O sino toca, ouves?
É o tempo, este deus,
que chegou de uniforme rubro.
É a recompensa pelo equivalente
que criamos. Presente,
de luz os olhos álacres,
vejo-te janela em minha frente,
o sol, o suspiro... um ventar carente
de flores estonteantes e castas.

Cerra-me, mulher, destes
aviltantes enleios cadentes e tristes
do amor, e vem!
E vem, que o sino anda a retumbar
a nossa ardente
e sempre
e sacra
e refulgente presença,

neste teatro dúbio
de frio e de lume
que nos têm.


A série de poemas Canções de Sinos termina aqui.

2 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Crédito da imagem:

"34555432 by *aleksandra88"
Deviantart

Artes e escritas disse...

Ouvi os sinos. Yayá.