Por Germano Xavier
XI
tinha dia de aluar de ver cair comprimentos
dia de autorar verdes de encontrar desencontros
tinha dia pra tudo lá em Pastinho
até pra abanar mão feito ventarola
e dizer distâncias pra quem acomodava os atalhos
e limpava o cascalho e alinhava as linhas da vida
e aquele tinha chegado o dia de abanicos!
foi uma abanicada úmida regada em choros
"é qui as dureza das dô dói é nas alegria tamém
só quem sabe dô dus ocidente da gente
dô di machucado lento lenhoso
é qui carimba as carga no couro das alma!"
ver Doró daquele jeito feito tatu em toca
dava outra coisa não senão dó, e que dó
mas da "chuva dos zói" ele humanizava fortalezas
pintava pneu nas pegadas de pé e depois saía
aventurado em nunca mais olhar pra trás
o que era impossível forte em paredes
alegre em verbetes de cidade nova e grande
pai-dos-burros aumentado já no sentar do transporte
lá ia teimoso desafiador de destino morno
lá ia o menino escorregando estilos
pavoneando as iluminuras sobressalentes
tornando o que já era fonte num reavivo escandaloso
"si eu tivé di avuá vô vê du alto Pastinho
vô vê du alto meus canto meus aconchego meus linho
bebê du tempo ventoso dus relógio apressado
sem nunquinha deixá de sê eu o morenín du mato"
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Crédito da imagem:
"Menino_by_joaofred"
Deviantart
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