Por Germano Xavier
Aconteceu na última noite de sábado, uma Jam Session na Casa Afrânio Peixoto, situada à cidade de Lençóis-BA, Chapada Diamantina. O evento foi promovido pela respectiva Casa em parceria com a ONG Grãos de Luz e Griô e alguns músicos brasileiros e norte-americanos, que deram o ar da graça com execuções belíssimas de canções em Jazz e Blues, ritmos e estilos musicais onde a capacidade de improvisação é um de seus maiores trunfos. Sueli Seixas, diretora da instituição que serviu de palco para o encontro, declarou que “desde 2008, quando foi inaugurado o Auditório Afrânio Peixoto, conserva uma intensa parceria informal com a Associação Grãos de Luz e Griô, para realização de eventos culturais variados, como o Jam Session que ocorreu no dia 14 de abril, e que foi simplesmente adorável". O público interagiu desde o início das apresentações e, ao final, foi todo para a frente do palco para uma despedida deveras empolgante. Douglas Adair (violão e voz), Cobblestone (bateria) e Mike Fansler (saxofone) completaram a banda formada na própria localidade chapadense. “Mike é maestro e tem o projeto de fazer um festival com bandas de sopro em 2014; mas eles também vieram para conhecer um pouco mais sobre os projetos sociais daqui da região. É a primeira vez que estamos aqui e tudo isso é muito mais um intercâmbio e uma abertura de perspectivas para futuras parcerias. Passamos em Nazaré primeiro, conhecemos uma filarmônica lá, depois viemos para cá”, disse Breno Pádua, gaitista da noite. Douglas Adair, que mora em Salvador já há alguns anos, mais conhecido pelos amigos como Doug, afirmou o interesse em promover pesquisas em prol do desenvolvimento social da população local. “O objetivo maior é atingir os jovens. E hoje é o início desta conversação. Fui músico em meu país por muito tempo, compositor, e agora venho desenvolvendo projetos sociais, econômicos, turísticos, entre outros”, disse. Luís Chaves, líder da banda Grãos de Luz e Griô, e também um dos violonistas da noite, corroborou a ideia de que o evento faz parte de um estudo que a associação da qual faz parte já vem trabalhando há algum tempo, e que se refere às origens da música negra no Brasil e no mundo. “A gente precisa saber melhor de que forma essas influências ajudaram a criar o que a gente chama hoje de Música Popular Brasileira e de que forma elas interferem em nossas vidas. Já fazemos exposições em escolas, assim como rodas de estudo e de debate por todo o município com essa finalidade. Produzimos Aulas-Espetáculo, ou seja, ensinamos tocando. A gente quer mostrar que a Black Music tem influências da África. Em nosso show, há imagens e sons desde a África até a formação do Blues nas mãos dos negros norte-americanos e que, com o passar do tempo, viu explodir um outro ritmo, o Rock’n Roll, que vem dessa raiz, mas que já simboliza a mistura de negros e brancos num país altamente racista. Nas aulas, a gente também enfoca o estudo dos sistemas sociais e econômicos, ou seja, a gente mostra como os Estados Unidos, a partir da Segunda Guerra Mundial, invade o resto do mundo, traz suas influências e como era a sociedade norte-americana, com aquele tradicional e canceroso ranço racista, principalmente no sul, onde surgiu o Blues, e como essa música ajudou a quebrar singelamente o racismo e como ela entra no Brasil e contribui para isso também. De forma didática, contamos histórias, fazemos dançar e ao mesmo tempo instruímos”, falou. Luís ainda destacou o trabalho da ONG que representa, que tem como meta criar e estabelecer um diálogo com a cultura tradicional, o presente e o passado, de trazer as sabedorias e os conhecimentos das parteiras, dos cantadores, dos reiseiros, dos tocadores e de pessoas que contribuíram para a sociedade, integrando nisso tudo a escola. “A gente pega mestres da tradição oral e local para expor um pouco de suas vidas aos alunos. Às vezes, as vidas dessas pessoas acabam se tornando o conteúdo que será trabalhado nas próprias salas de aulas por alguns professores”, finalizou.
Aconteceu na última noite de sábado, uma Jam Session na Casa Afrânio Peixoto, situada à cidade de Lençóis-BA, Chapada Diamantina. O evento foi promovido pela respectiva Casa em parceria com a ONG Grãos de Luz e Griô e alguns músicos brasileiros e norte-americanos, que deram o ar da graça com execuções belíssimas de canções em Jazz e Blues, ritmos e estilos musicais onde a capacidade de improvisação é um de seus maiores trunfos. Sueli Seixas, diretora da instituição que serviu de palco para o encontro, declarou que “desde 2008, quando foi inaugurado o Auditório Afrânio Peixoto, conserva uma intensa parceria informal com a Associação Grãos de Luz e Griô, para realização de eventos culturais variados, como o Jam Session que ocorreu no dia 14 de abril, e que foi simplesmente adorável". O público interagiu desde o início das apresentações e, ao final, foi todo para a frente do palco para uma despedida deveras empolgante. Douglas Adair (violão e voz), Cobblestone (bateria) e Mike Fansler (saxofone) completaram a banda formada na própria localidade chapadense. “Mike é maestro e tem o projeto de fazer um festival com bandas de sopro em 2014; mas eles também vieram para conhecer um pouco mais sobre os projetos sociais daqui da região. É a primeira vez que estamos aqui e tudo isso é muito mais um intercâmbio e uma abertura de perspectivas para futuras parcerias. Passamos em Nazaré primeiro, conhecemos uma filarmônica lá, depois viemos para cá”, disse Breno Pádua, gaitista da noite. Douglas Adair, que mora em Salvador já há alguns anos, mais conhecido pelos amigos como Doug, afirmou o interesse em promover pesquisas em prol do desenvolvimento social da população local. “O objetivo maior é atingir os jovens. E hoje é o início desta conversação. Fui músico em meu país por muito tempo, compositor, e agora venho desenvolvendo projetos sociais, econômicos, turísticos, entre outros”, disse. Luís Chaves, líder da banda Grãos de Luz e Griô, e também um dos violonistas da noite, corroborou a ideia de que o evento faz parte de um estudo que a associação da qual faz parte já vem trabalhando há algum tempo, e que se refere às origens da música negra no Brasil e no mundo. “A gente precisa saber melhor de que forma essas influências ajudaram a criar o que a gente chama hoje de Música Popular Brasileira e de que forma elas interferem em nossas vidas. Já fazemos exposições em escolas, assim como rodas de estudo e de debate por todo o município com essa finalidade. Produzimos Aulas-Espetáculo, ou seja, ensinamos tocando. A gente quer mostrar que a Black Music tem influências da África. Em nosso show, há imagens e sons desde a África até a formação do Blues nas mãos dos negros norte-americanos e que, com o passar do tempo, viu explodir um outro ritmo, o Rock’n Roll, que vem dessa raiz, mas que já simboliza a mistura de negros e brancos num país altamente racista. Nas aulas, a gente também enfoca o estudo dos sistemas sociais e econômicos, ou seja, a gente mostra como os Estados Unidos, a partir da Segunda Guerra Mundial, invade o resto do mundo, traz suas influências e como era a sociedade norte-americana, com aquele tradicional e canceroso ranço racista, principalmente no sul, onde surgiu o Blues, e como essa música ajudou a quebrar singelamente o racismo e como ela entra no Brasil e contribui para isso também. De forma didática, contamos histórias, fazemos dançar e ao mesmo tempo instruímos”, falou. Luís ainda destacou o trabalho da ONG que representa, que tem como meta criar e estabelecer um diálogo com a cultura tradicional, o presente e o passado, de trazer as sabedorias e os conhecimentos das parteiras, dos cantadores, dos reiseiros, dos tocadores e de pessoas que contribuíram para a sociedade, integrando nisso tudo a escola. “A gente pega mestres da tradição oral e local para expor um pouco de suas vidas aos alunos. Às vezes, as vidas dessas pessoas acabam se tornando o conteúdo que será trabalhado nas próprias salas de aulas por alguns professores”, finalizou.
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