terça-feira, 6 de março de 2012

Definhamento


 Por Germano Xavier

as árvores também rezam
também pedem perdão
seus galhos: suas mãos
louvando o divino
clamam, reclamam por águas descaídas
suas hastes amam a folha no chão
partes de suas almas partidas
humo agora
massa que vermeará a terra ardida
e que criarão o limite
a exaustão do ser
do existir
da vida

14º poema-imagem/imagem-poema da série Preto-e-Branco: Poesia.
Fotografia de Daniela Gama.

3 comentários:

Dani Gama disse...

Clamemos juntos....adorei o poema, Gê! você passou em palavras exatamente o que eu senti ao fazer a imagem. Amei!

Jacqueline disse...

Que linda poesia! Sua poesia tem voz. Vejo uma construção simples e objetiva, que faz parecer estar em um auditório, diante do orador, que dá contorno e imagem às palavras levando o público a segundos de reflexão. Grande abraço!

sandrafofinha disse...

Obviamente todas as arvores devem ser perdoadas por perderem suas folhas e suas flores tão belas. Linda poesia!!